Educação vem da família
Nas conversas de sala de professor, o que mais se comenta é a falta de segurança dos próprios professores e dos alunos. Já houve casos de jovens agredidos, roubados, ameaçados. O mesmo com os professores.
No Rio Grande do Sul, o governo contratou seguranças armados para prevenir ocorrência de roubos e violência.
Infelizmente, a violência na escola chegou a esse patamar. Em Mossoró, já existe escola que tem segurança privada, mas sem arma. Caso contrário, não haveria como dar aula nem evitar os roubos que vinham ocorrendo.
Dizem que o papel da escola não é reprimir, mas educar. Só que se esquecem que ninguém educa quem não tem como ser educado. Experimente educar um adolescente, por exemplo, cuja vida tem sido difícil e tudo lhe foi negado, cujo pai morreu durante confronto por droga e da mãe não se sabe o paradeiro. Então, o que resta é reprimir.
Além disso, falta na escola algo para atraí-lo. Ele não quer uma aula convencional. A própria escola lhe nega as chances de ser gente, de ter uma oportunidade na vida.
Escola não educa ninguém, escola apenas orienta, dá continuidade a um trabalho que foi feito pela família, desde o nascimento da criança. Mas, como hoje a família não se envolve com o desenvolvimento dos filhos, não há como educar. Ainda vale o ditado: "Educação vem de berço". Pode acontecer de um adolescente mudar sua vida a partir de algo que aconteceu na escola, mas é preciso que haja condições para isso, que outros fatores interfiram nesse processo.
E pelas vantagens oferecidas pela escola atualmente, os jovens estão ficando mal acostumados.
Jornal Gazeta do Oeste - Suplemento Escola, quarta-feira 23 de Junho de 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário