Um das coisas que não consigo entender é quando vejo alguém negando suas origens, o seu passado. Para se obter algo a vida seja no sentido material ou espiritual precisamos fazer algum esforço. É triste, deplorável vermos pessoas que ao conquistar o mínimo em suas vidas se acham muito superiores as outras pessoas, quanto engano!. A vida é passageira e daqui não levamos nada material, mas sim as obras que praticamos estas nos acompanham.
Nasci numa familia muito pobre, minha mãe professora da rede estadual de ensino por 32 anos, houve um período que ela trabalhava em três expedientes, matutino, intemediário e vespertino, não dispunha de tempo sequer para almoçar junto com os filhos, meu pai caminhoneiro, mecanico, funileiro,soldador, estava sempre distante de casa, lembro-me na minha infância recebi muita orientação do meu avô materno, Manezinho, que sempre me dizia para falar a verdade. Enfrentavamos grandes dificuldades financeiras, muitas vezes não tinhamos o que comer, recordo-me e esta cena está viva na minha mente, só tinhamos farinha com açucar o meu pai passando por cada filho e colocando a parte que lhe cabia nos nossos copinhos. Nao posso jamais apagar da minha memória tais cenas, não posso negar minhas origens de menino pobre que sempre estudou em escola pública e apenas um ano o de 1971 ou 1972 estudei numa escola particular o então educandário nossa senhora Aparecida.
Com muito orgulho me recordo de muitas situações que já vivenciei, fome, desemprego, falta de um teto e tantas outras e nenhuma delas foi capaz de me fazer desistir...
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